O recente lançamento de Viot pela Revival NYC, “Confession”, reforça a versatilidade e os múltiplos caminhos sonoros que o produtor acumula em seu repertório. Convidamos o artista para contar com exclusividade sobre a trajetória musical do projeto por meio das suas músicas. Confira a seguir!
Desde que criei o projeto Viot, meu objetivo principal sempre foi fazer a música que eu estivesse com vontade de fazer no momento que eu estivesse vivendo. Se eu estava feliz, se eu não estava tão bem… se fosse pra criar um som mais alegre ou algo mais dark — sempre dentro da faceta da house music e dos seus subgêneros de forma geral. A ideia era explorar o que eu estava curtindo no momento.
Sempre quis também, de alguma forma, chegar perto dos artistas que eu era muito fã, como o Jamie Jones, o Michael Bibi, The Martinez Brothers… E, com o tempo, fui me tornando fã de outros artistas também, cada vez mais mergulhado nesse lado artístico com o Viot. E é isso: eu estou sempre mudando, me adaptando ao que estou gostando e ao que quero fazer em cada fase.
Viot – Confession
Quando ouvi esse vocal pela primeira vez, ele estava numa base super pop — bem mais pop, mesmo — e pensei: “cara, quero fazer algo mais minimal”. Já tinha umas tracks nessa pegada, tipo a Hypno, que saiu pela Solid Grooves, e outras ainda mais antigas, do início do projeto Viot. Eu queria trazer essa vibe do bumbo, da caixa mais seca… mas com uma proposta diferente do que tá rolando agora, sabe?
Hoje tem vários produtores brasileiros muito foda explorando esse som minimal com força. Então eu quis fazer algo diferente. E aí nasceu a Confession. Tive a felicidade de encontrar esse vocal incrível da Barbie Mak.
Vintage Culture & Viot – Anthem
Eu sempre tive vontade de fazer uma música com vocal gospel. Apesar de não ser 100% religioso, acho que, musicalmente, o gospel tem elementos muito fodas. Quando encontrei esse vocal, já veio na hora a ideia do piano na cabeça. Fiz a base e pensei: “tenho que mandar pro Lukas, tem um pouco da cara dele também”. Ele curtiu demais fazer. Demorou um pouco pra lançar, mas foi nessa pegada.
Viot – Blitz (Você Não Soube Me Amar)
Essa veio na época em que eu estava fazendo vários edits brasileiros, tentando explorar diferentes musicalidades do Brasil — seja MPB, seja rock nacional — e transformar isso numa linguagem mais brasileira de pista.
A Blitz veio nessa. O Pedro Lemos, que trabalha comigo, manja muito mais de rock nacional e me indicou essa faixa. Devo isso a ele. Quis dar outra cara, mais disco, com aquela estética dos anos 70 e 80.
Viot – Hypno
A Hypno foi uma track mais dark, mais seca — e foi direto pra Solid Grooves, que é uma gravadora que eu sou muito fã, especialmente por causa do Michael Bibi.
Quando fiz a Hypno, eu queria algo que combinasse com a gravadora, com esse som mais pesado. E quando achei o vocal, eu soube na hora que era ele. Sempre tento manter minha identidade, manter uma estética sonora onde a pessoa reconheça que é uma track minha. Amo essa música — foi meu primeiro lançamento pela Solid Grooves. Um marco pra mim.
Viot – So Far So Good
Essa música veio numa fase muito boa. Eu estava bem feliz, de verdade. Apesar de ser na pandemia, era um momento em que eu estava produzindo muito. Estava no início da minha carreira como Viot, então estava com a mente a mil.
Quando ouvi o vocal, me conectei demais, porque ele fala: “com o passar do tempo, não me arrependo das escolhas que fiz”. Isso transmite a gratidão que eu estava sentindo na época. Amei ter feito essa track — é uma das minhas favoritas até hoje.
Black Alien – Como Eu Te Quero (Gabe, Viot Remix)
Sou fã do Black Alien há milhões de anos, especialmente desse álbum. Já tinha essa vontade de fazer edits e remixes de músicas brasileiras, e nunca tinha escutado ninguém remixando uma faixa dele.
Resolvi fazer. Quando conseguimos oficializar o remix, fiquei felizão.
Essa é minha trajetória até aqui: sempre explorando o que está dentro do meu universo. Seja algo que me acompanha há muito tempo, ou algo novo que aparece na minha vida. Estou muito feliz por ser um artista que pode explorar o lado artístico livremente — e sei que tenho que continuar desenvolvendo isso, porque o nosso objetivo final é estar feliz com o que a gente faz.
Por redação