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Nezello está de volta e com muitas novidades; conversamos com o artista sobre essa nova fase

Catarinense está a frente de projetos como Seas Label e Records e do Juistreet, marca de Healthy Fast Food

Não é de hoje que Santa Catarina tem se apresentado como um polo importante para a expansão e movimento da cena eletrônica brasileira. O estado tem apresentado uma variedade de clubes, selos e artistas, que vem em uma ascensão impressionante e que comprovam a paixão dos catarinenses, que respiram música eletrônica, e essa terra fértil tem muito a mostrar e exportar. Entre as pérolas que encontramos por lá está Nezello, um artista que acumula mais de uma década de carreira, atuando em diferentes frentes e sendo um agente importante em todo este contexto. 

O DJ e produtor exige um currículo surpreendente, com passagens por clubes como D-Edge, Green Valley, Surreal Park, Warung Beach Club e mais, passagens por diferentes estados do Brasil, turnê pela Oceania e membro do casting da D.Agency. Isso sem mencionar o seu importante trabalho à frente da Seas, núcleo de festas que se tornou modelo para todo o país, graças ao seu conceito coeso, curadoria e estrutura, ocupando espaços de exposição e movimentando toda a cena regional. 

Nos últimos anos, o artista continuou marcando presença em cabines e promovendo alguns eventos, mas se manteve um pouco afastado dos estúdios. Este breve hiato teve uma boa motivação, já que Nezello aproveitou o momento para destinar toda sua energia ao Juistreet, sua marca focada em Healthy Fast Food, baseada na Praia Brava, em Itajaí, com novos pontos em expansão pelo Brasil. Se dedicando aos negócios, a música eletrônica esteve em segundo plano, mas agora, com a consistência da empresa, Nezello está de volta. Para marcar este retorno, conversamos com o artista sobre esta nova fase e o que podemos esperar, confira:

  1. Olá, Nezello! Obrigada por topar conversar conosco. Para começar, queríamos uma análise deste afastamento da cena eletrônica enquanto produtor. Como isso foi importante para você e qual o impacto que este momento teve na sua carreira? 

R: Bom, o afastamento um pouco na cena iniciou já no começo da pandemia, onde toda a energia foi direcionado ao lado empreendedor da vida com a Juistreet. Hoje a marca está muito bem posicionada como empresa, cultura e rede, no qual essa estruturação que se formou para a própria expansão em todo território nacional é a que está me dando segurança para voltar ao foco artístico com muito mais fôlego.

  1. Ainda sim, a Seas esteve em constante movimento. Quais os momentos mais marcantes dos últimos anos? 

R: Um dos mais marcantes pro momento de vida foi a junção de estilos, onde fizemos o palco Juistreet dentro do festival com Marina Sena, Jean Tassy, e outros dois palcos de e-music que é o foco da marca com Sidney Charles e Rafa Barrios. Foi lindo ver 3 pistas simultâneas, desfile de moda com Cavalera, Ratier, The Edge e outras grandes marcas nacionais, gastronomia e tanta arte envolvida, vejo que isso é o Seas. Masss, não se pode deixar passar batido outras duas grandes datas que fizemos após o festival com a estreia por aqui no brasil do duo ANOTR e a segunda data com East End Dubs, um marco para a trajetória da label, e gratificante demais ter isso linkado ao projeto Nezello podendo contribuir para tantas pessoas participarem e evoluírem dentro desse ecossistema.

  1. Voltando ao seu lado empreendedor, a Juistreet tem feito bastante sucesso e vem crescendo exponencialmente. Além disso, por lá, você também busca apresentar uma programação artística. Como tem sido unir esses dois mundos? 

R: Vamos lá, quando se fala Juistreet algumas pessoas pensam uma coisa e outras pessoas outra… Esclarecendo bem, existem dois pontos:

Juistreet: Franqueadora e unidades franqueadas de Sucos, Smoothies, Bowls e mais itens que fazem dentro da marca esse ser o ponto de expansão. Lojas compactas que atendem muito forte em modelo take away.

Complexo Juistreet, que é onde nos localizamos a beira mar da Praia Brava, sendo nosso ponto de experiência imersiva no lifestyle Juistreet, onde envolvemos moda, arte, música e gastronomia, Por aqui se encontra um cronograma bem extenso tendo em vista que abrimos todos os dias e iniciamos as 7hr com a abertura da operação de areia, logo após já abre a parte do Juistreet com Healthy Fast Food, perto do meio dia abre nossa estação de Coquetelaria, e outras operações como a Yor Burguer e The Corner Sushi que compõem o espaço. O cronograma artístico inicia sempre a partir das 16h e segue até 00h, horário de encerramento do complexo. Varia desde DJs, bandas instrumentais, voz e violão, passando do Jazz, Hip Hop, Indie, Rock e Disco;

Agora que estou iniciando a tarefa de unir os dois mundos, do lado empreendedor e artístico do Nezello e Seas, hahahaha vai dar certo! 

  1. E como é a sua rotina como artista e empreendedor? Como você consegue dar conta de todos esses projetos? 

R: Venho buscando estar muito equilibrado de saúde mental e corpo, com uma rotina puxada com exercício iniciado na primeira hora do dia já com o sol nascendo, muito ligado aos cuidados com alimentação já que nossa rotina artística girando por aí sempre é muito desgastante, esse vejo que é um fator crucial para quem busca essa alta performance na carreira. O estúdio vem sendo integrado ao meu cronograma diário, para conseguir migrar meu tempo do dia com o lado empreendedor e não afetar negativamente o desempenho da empresa, vejo que o momento atual é de conseguir conciliar realmente os dois lados para que caminhem juntos. Tendo em vista que tempos atrás havia tentado dar foco máximo para a Juistreet e a carreira como segundo plano, agora a energia vai ser voltada em unir os dois em questão.

  1. Você voltou com tudo para o mercado, apresentando o lançamento de “Definición” pela 43 Degrees. Qual é a proposta deste trabalho e o que ele significa para ti? Compartilha um pouco do seu processo criativo.

R: Momento muito feliz para a minha carreira e o start do lado produtor do Nezello. Estive muitos anos produzindo algo que não sentia que realmente me conectava e preferia guardar na gaveta. O EP Definición foi o marco de uma libertação, digamos assim, de tudo que transmite sobre a essência do projeto. Carrega o lado tribal, o orgânico, um som realmente mais terral, tendo suas pinceladas pelo Afro, mas sem perder o sequencial de pista. O destrave foi tão singelo que a 43 Degrees,  comandada por dois grandes amigos, Hoten e Raoni, fizeram o pedido para lançar e a entrega não poderia ter chegado numa nota tão boa com tantos artistas mundo afora tocando as duas músicas lançadas.

  1. Você já tem mais de uma década de carreira e muita experiência. Como você analisa o seu amadurecimento? As suas influências e sonoridade continuam as mesmas? Quais foram as principais mudanças neste período?

R: Me vejo sempre conectado com o que está movimentando o mercado, mas sinto que esse amadurecimento acontece quando consigo transitar meus sets com músicas gravadas nos meus cds de 2010 em apresentações atuais, sendo essas músicas ligadas entre elas e criando uma atmosfera única com combinações de elementos. Vejo como um amadurecimento sem abandonar as raízes.

  1. Quais são seus planos para esta nova fase? Alguma novidade ou spoiler que você já pode nos adiantar? 

R: Podemos já deixar marcado que neste ano a Seas retorna com novo formato e entrega, para menos da metade de pessoas das últimas edições e com o dobro de experiências.

E para o Nezello, a porteira de lançamentos foi aberta e para os próximos meses teremos um sequencial de várias músicas que venho finalizando e testando em todas as pistas que me apresento.

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